A Prosegur, empresas de segurança, foi alvo de um assalto, ontem de madrugada, nas suas instalações de Coimbra. Os assaltantes actuaram fortemente armados e com três viaturas, depois de furarem os pneus da GNR local, para não serem perseguidos.
“Parece que estava a ver um filme”, recordou David Sousa, que trabalha na Vasp, uma empresa distribuidora de jornais vizinha da Prosegur, na zona industrial de Taveiro. David, 36 anos, viera à rua fumar um cigarro e, garantiu, não vai esquecer o que testemunhou.
Eram 4 horas da madrugada. “O gajo está maluco”, pensou David Sousa, quando viu um camião, desses com taipais altos em ferro, para transportar inertes, em sentido proibido e a grande velocidade. À frente da Prosegur, o condutor guinou para a direita, ficou em posição perpendicular ao edifício, meteu marcha atrás e acelerou a fundo, contra a fachada principal. Repetiu a manobra, por uma segunda vez, e abriu um buraco na parede do edifício, onde a Prosegur guarda valores, controla alarmes e gere caixas multibanco.
“Assim que houve uma segunda investida do camião, apareceram um Renault Mégane e um BMW”, relata ainda David Sousa, que não contou o número de homens, armados e encapuzados, que saíram desses automóveis e acederam ao edifício pelo referido buraco. Seriam quatro ou cinco, pelo menos, adiantou uma fonte da Polícia Judiciária.
David e outros colegas da Vasp refugiaram-se no armazém desta empresa, “com receio de que mandassem alguma rajada de metralhadora”, mas houve um, mais velho, que se atrasou. “Ia morrendo de susto”, contou outro, explicando que um assaltante dirigiu-se àquele, com uma metralhadora e uma ameaça: “Se chamas a polícia, mato-te!”.
A PJ quis saber se estas palavras foram proferidas com sotaque de estrangeiro, mas quem as ouviu, com os nervos, só soube dizer que foram ditas em “português fluente”.
O assalto terá demorado cinco minutos e, antes de abalarem, os assaltantes puseram fogo ao camião, furtado, anteontem. Só depois disso é que a GNR chegou ao local, num automóvel particular.Na calada da noite, tinha sido furado um pneu a cada uma das três viaturas da Guarda estacionadas em frente ao posto de Taveiro, uma freguesia limítrofe da cidade de Coimbra que já testemunhou outros incidentes com empresas de segurança (ver texto ao lado).
No local, comentava-se que os assaltantes procuravam dinheiro, alegando que aquelas instalações da Prosegur são lugar de passagem das suas carrinhas de transporte de valores, mas acrescentava-se que só teriam levado “um saco com chaves de caixas multibanco”. A empresa garantiu que “a tentativa de assalto foi gorada e infrutífera, pois todos os mecanismos de segurança passiva e activa funcionaram na perfeição”.
“A Prosegur é uma empresa que está preparada para este tipo de incidentes, devido à experiência acumulada no sector de transporte e protecção de valores dos seus clientes há longos anos”, acrescentou, em comunicado.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1659904