O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, anunciou hoje no Porto que o Governo quer criar unidades especiais das forças policiais em todos os distritos.
"É nosso objectivo instalar em todo o território, ao nível distrital, unidades especiais das forças de segurança, porque a criminalidade tem hoje um grande grau de mobilidade", disse o ministro.
"Não podemos estar à espera que, para resolver um incidente táctico-policial grave no Interior de Portugal, venha polícia sedeada em Lisboa", justificou Rui Pereira, que falava aos jornalistas no Porto, no final das comemorações do 142º aniversário da PSP deste distrito.
O primeiro passo nessa estratégia de descentralização das forças de elite das polícias vai ser dado no Porto, com a abertura de uma extensão da Unidade Especial de Polícia (UEP) na área do Comando Metropolitano do Porto, indicou o director nacional da PSP, Oliveira Pereira.
A UEP, sedeada em Belas, Sintra, integra as unidades de elite da PSP, como o Grupo de Operações Especiais (Portugal) e o Corpo de Intervenção.
No fecho das comemorações dos 142 anos da PSP/Porto, a UEP fez uma demonstração das suas capacidades, num simulacro de resgate de reféns feito por assaltantes de um banco.
Também no âmbito da estratégia de reforço do combate à criminalidade violenta e grave, Rui Pereira participou na entrega de 1500 armas Glock a polícias do Porto.
O ministro referiu que durante esta legislatura foram entregues 25 mil novas armas às forças de segurança e adiantou que até 2012 serão entregues mais 42 mil.
Por sua vez, o comandante metropolitano da PSP/Porto, Abílio Vieira Pinto, assinalou, sem referir números, que no primeiro semestre deste ano se registou "uma redução dos índices de criminalidade violenta e grave" na área metropolitana, face ao período homólogo do ano transacto.
Segundo o responsável policial, no mesmo período, a PSP do Porto executou mais de 2400 operações, que envolveram mais de 16 mil agentes e resultaram em mais de 2700 detenções.
Abílio Vieira Pinto sublinhou a aposta do comando do Porto no policiamento integrado de proximidade, que disse estar já implementado em 24 das 36 esquadras do comando.
Falou ainda no processo de renovação da rede de esquadras, destacando que se encontram "em estado adiantado" as obras de construção de uma nova instalação policial na Foz, Porto, que dispõe de uma das piores esquadras do comando.
E anunciou que sexta-feira será assinado um protocolo para "início imediato" de obras de adaptação de um edifício para acolher transitoriamente a esquadra do Lagarteiro, que actualmente funciona num pré-fabricado.
"Trata-se de um projecto que, pela sua urgência, não pode parar", afirmou Abílio Vieira Pinto, que também pediu o reforço dos meios humanos ao serviço da PSP/Porto, "para que não seja comprometida a sua capacidade operacional".