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"Caça à multa" é termo pouco feliz mas dá que pensar
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14012012
"Caça à multa" é termo pouco feliz mas dá que pensar
provedor do leitor
"Caça à multa" é termo pouco feliz mas dá que pensar
por Óscar Mascarenhas
Hoje
"Caça à multa" é termo pouco feliz mas dá que pensar
por Óscar Mascarenhas
Hoje
O presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Paulo Marques, manifestou a sua indignação junto da Direção do DN pelo facto de o jornal ter titulado, na primeira página da edição de 4 de janeiro, "Caça à multa rendeu 250 mil euros por dia".
Paulo Marques começa por salientar a discrepância entre a manchete do jornal e "o rigor empregado na redação da própria notícia", no interior do jornal.
"Ao falar em 'Caça à multa', provavelmente estará a referir-se ao exercício da fiscalização de trânsito", alvitra Paulo Marques, que explica que "a fiscalização constitui uma das atribuições das forças de segurança, assim como o ordenamento e disciplina do trânsito, visando a promoção e garantia da segurança rodoviária".
O presidente socorre-se do dicionário para comentar que "caça" significa "perseguição ao inimigo" e recusa que seja perseguição e que haja inimigo: "Achar--se que o exercício dessa função de fiscalização, que existe aliás em todos os países desenvolvidos, é uma perseguição e, mais grave, que os condutores sejam o 'inimigo', será uma abordagem, no mínimo, infeliz de tão séria e complexa questão."
Argumenta Paulo Marques: "Saiba também que é através da fiscalização, ou na terminologia por vós empregue através da 'caça', que se conseguem dissuadir e sancionar comportamentos de risco ao volante e que colocam em risco a vida não só dos próprios condutores como dos demais utilizadores das vias públicas, como sejam os casos de condução sob o efeito do álcool ou de substâncias estupefacientes, o excesso de velocidade, a condução sem habilitação legal, a circulação de veículos sem seguro ou cujas condições de segurança não tenham sido aferidas em inspeção técnica, ou ainda a própria disciplina do estacionamento, sendo que a não existir a denominada 'caça' estaria em causa a própria paz social."
Lembra finalmente o presidente da ANSR que "a 'caça à multa' a que se refere o título [...] terá concorrido também para a obtenção de uma redução histórica do número de vítimas mortais resultantes de acidentes de viação em 2011, e que se cifrou em 690 mortos, tendo de se recuar ao já longínquo ano de 1960 para se encontrar um saldo abaixo das 700 vítimas mortais".
Em sentido idêntico se pronunciou o leitor Mário Negreiros: "Tenho a convicção de que a mera existência da expressão 'caça à multa' revela em nós um povo infantil, avesso a responsabilidades, para quem a lei é muito bonita desde que não se aplique a nós (eles), e que julga que quando isso acontece será de certeza por alguma razão espúria."
Para Mário Negreiros, "mesmo que, por mero exercício, admitisse que em alguns casos possa haver alguma coisa parecida com 'caça à multa', parece-me pouco provável que se pudesse aplicar a todas as multas impostas no ano passado, e o 'rendimento' a que a notícia se referia era o de todas as multas", chegando assim à conclusão de que "o DN não apenas dá voz aos selvagens do trânsito que consideram um 'roubo' as multas que se lhes impõe quando em infração, mas vai além e considera que cada um dos 250 mil euros por dia arrecadados no ano passado foi produto desse roubo".
Pelo punho da diretora adjunta, Filomena Martins, a Direção do DN respondeu diretamente a Paulo Marques: "Registo e compreendo a sua indignação. O DN não quis, contudo, com o título da manchete em causa fazer qualquer apreciação crítica à atuação das forças policiais. Limitou-se a usar uma expressão comum, com a qual queria dar a entender aos seus leitores que houve um reforço da fiscalização nas estradas, como houve (e que se perseguem 'os inimigos' que devem ser perseguidos)."
Entendeu, no entanto, a Direção, que deveria enviar-me o assunto para apreciação, informando, igualmente por Filomena Martins, autora da manchete: "Admito que, ainda sem qualquer intenção depreciativa, houve algum facilitismo na escolha de uma expressão de utilização comum e que pode levar a ideias erradas. Não foi essa, contudo, repito, a ideia do DN."
Filomena Martins explicou que a "intenção foi, de facto, realçar a existência de maior fiscalização, e de essa, nomeadamente ao nível do estacionamento nas grandes cidades - ainda que, infelizmente, sem pôr cobro à epidemia do parqueamento em segunda e terceira filas -, ter produzido uma muito maior receita em comparação com anos anteriores". Quanto ao não relacionamento com a diminuição da sinistralidade, que saudou, esclareceu que ele não podia ser feito porque os dados só foram conhecidos posteriormente.
Poderia dar aqui por encerrado o caso, vistas as explicações e a ausência de intenções ofensivas, sem embargo de recomendar o cuidado necessário para não melindrar desnecessariamente quem julga estar a realizar com rigor e civismo o seu trabalho.
No entanto, levantam-se sobre esta matéria dois temas de reflexão. O primeiro é que, realmente, o trabalho noticioso do jornalista Luís Fontes nunca referia a expressão "caça à multa", pelo que a escolha dessas palavras para a manchete foi uma extrapolação deturpadora. Mas a verdade é que, naquela página, surge uma breve entrevista com o presidente do Automóvel Clube de Portugal, Carlos Barbosa, uma das entidades presumivelmente mais responsáveis, na sociedade civil, para se pronunciar sobre esta questão. E que disse Carlos Barbosa ao DN, em comentário aos números da colheita de multas? "Isto quer dizer que houve uma maior caça à multa para a PSP, a GNR e o Estado terem mais dinheiro. Esta fiscalização não se traduziu em menos mortos na estrada. Isto não tem a ver com prevenção, mas com repressão."
Há ou não há "caça à multa"? Em qualquer caso, o facto de o presidente do ACP afirmar que existe não deve levar o DN a tomar partido por ele. Até ter provas em contrário, a expressão é desprimorosa se utilizada pelo jornal.
O segundo tema de reflexão é que a notícia mostra que, por cada multa, um tanto vai para o Estado ou para a autarquia, outro pedaço vai para as forças de segurança, mais uma fatia para a ANSR - e até os falecidos governos civis recebiam qualquer coisa.
Não há caça à multa, mas há partilha do monte?
Esta última questão não é menor e foi referida pelo próprio Carlos Barbosa, na ocasião, em declarações a uma rádio e de que reproduzo o sentido que captei: o presidente do ACP afirma (ou suspeita) que as forças policiais fazem vigilância onde têm mais certezas de cobrar multas, descurando locais onde a prevenção da sinistralidade seria mais necessária.
Eis como uma expressão infeliz - "caça à multa" - seguida de pedido de desculpas pode converter-se num palpitante desafio à investigação jornalística do DN: há ou não caça à multa?
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2239804&seccao=%C3%93scar+Mascarenhas&mid=57Paulo Marques começa por salientar a discrepância entre a manchete do jornal e "o rigor empregado na redação da própria notícia", no interior do jornal.
"Ao falar em 'Caça à multa', provavelmente estará a referir-se ao exercício da fiscalização de trânsito", alvitra Paulo Marques, que explica que "a fiscalização constitui uma das atribuições das forças de segurança, assim como o ordenamento e disciplina do trânsito, visando a promoção e garantia da segurança rodoviária".
O presidente socorre-se do dicionário para comentar que "caça" significa "perseguição ao inimigo" e recusa que seja perseguição e que haja inimigo: "Achar--se que o exercício dessa função de fiscalização, que existe aliás em todos os países desenvolvidos, é uma perseguição e, mais grave, que os condutores sejam o 'inimigo', será uma abordagem, no mínimo, infeliz de tão séria e complexa questão."
Argumenta Paulo Marques: "Saiba também que é através da fiscalização, ou na terminologia por vós empregue através da 'caça', que se conseguem dissuadir e sancionar comportamentos de risco ao volante e que colocam em risco a vida não só dos próprios condutores como dos demais utilizadores das vias públicas, como sejam os casos de condução sob o efeito do álcool ou de substâncias estupefacientes, o excesso de velocidade, a condução sem habilitação legal, a circulação de veículos sem seguro ou cujas condições de segurança não tenham sido aferidas em inspeção técnica, ou ainda a própria disciplina do estacionamento, sendo que a não existir a denominada 'caça' estaria em causa a própria paz social."
Lembra finalmente o presidente da ANSR que "a 'caça à multa' a que se refere o título [...] terá concorrido também para a obtenção de uma redução histórica do número de vítimas mortais resultantes de acidentes de viação em 2011, e que se cifrou em 690 mortos, tendo de se recuar ao já longínquo ano de 1960 para se encontrar um saldo abaixo das 700 vítimas mortais".
Em sentido idêntico se pronunciou o leitor Mário Negreiros: "Tenho a convicção de que a mera existência da expressão 'caça à multa' revela em nós um povo infantil, avesso a responsabilidades, para quem a lei é muito bonita desde que não se aplique a nós (eles), e que julga que quando isso acontece será de certeza por alguma razão espúria."
Para Mário Negreiros, "mesmo que, por mero exercício, admitisse que em alguns casos possa haver alguma coisa parecida com 'caça à multa', parece-me pouco provável que se pudesse aplicar a todas as multas impostas no ano passado, e o 'rendimento' a que a notícia se referia era o de todas as multas", chegando assim à conclusão de que "o DN não apenas dá voz aos selvagens do trânsito que consideram um 'roubo' as multas que se lhes impõe quando em infração, mas vai além e considera que cada um dos 250 mil euros por dia arrecadados no ano passado foi produto desse roubo".
Pelo punho da diretora adjunta, Filomena Martins, a Direção do DN respondeu diretamente a Paulo Marques: "Registo e compreendo a sua indignação. O DN não quis, contudo, com o título da manchete em causa fazer qualquer apreciação crítica à atuação das forças policiais. Limitou-se a usar uma expressão comum, com a qual queria dar a entender aos seus leitores que houve um reforço da fiscalização nas estradas, como houve (e que se perseguem 'os inimigos' que devem ser perseguidos)."
Entendeu, no entanto, a Direção, que deveria enviar-me o assunto para apreciação, informando, igualmente por Filomena Martins, autora da manchete: "Admito que, ainda sem qualquer intenção depreciativa, houve algum facilitismo na escolha de uma expressão de utilização comum e que pode levar a ideias erradas. Não foi essa, contudo, repito, a ideia do DN."
Filomena Martins explicou que a "intenção foi, de facto, realçar a existência de maior fiscalização, e de essa, nomeadamente ao nível do estacionamento nas grandes cidades - ainda que, infelizmente, sem pôr cobro à epidemia do parqueamento em segunda e terceira filas -, ter produzido uma muito maior receita em comparação com anos anteriores". Quanto ao não relacionamento com a diminuição da sinistralidade, que saudou, esclareceu que ele não podia ser feito porque os dados só foram conhecidos posteriormente.
Poderia dar aqui por encerrado o caso, vistas as explicações e a ausência de intenções ofensivas, sem embargo de recomendar o cuidado necessário para não melindrar desnecessariamente quem julga estar a realizar com rigor e civismo o seu trabalho.
No entanto, levantam-se sobre esta matéria dois temas de reflexão. O primeiro é que, realmente, o trabalho noticioso do jornalista Luís Fontes nunca referia a expressão "caça à multa", pelo que a escolha dessas palavras para a manchete foi uma extrapolação deturpadora. Mas a verdade é que, naquela página, surge uma breve entrevista com o presidente do Automóvel Clube de Portugal, Carlos Barbosa, uma das entidades presumivelmente mais responsáveis, na sociedade civil, para se pronunciar sobre esta questão. E que disse Carlos Barbosa ao DN, em comentário aos números da colheita de multas? "Isto quer dizer que houve uma maior caça à multa para a PSP, a GNR e o Estado terem mais dinheiro. Esta fiscalização não se traduziu em menos mortos na estrada. Isto não tem a ver com prevenção, mas com repressão."
Há ou não há "caça à multa"? Em qualquer caso, o facto de o presidente do ACP afirmar que existe não deve levar o DN a tomar partido por ele. Até ter provas em contrário, a expressão é desprimorosa se utilizada pelo jornal.
O segundo tema de reflexão é que a notícia mostra que, por cada multa, um tanto vai para o Estado ou para a autarquia, outro pedaço vai para as forças de segurança, mais uma fatia para a ANSR - e até os falecidos governos civis recebiam qualquer coisa.
Não há caça à multa, mas há partilha do monte?
Esta última questão não é menor e foi referida pelo próprio Carlos Barbosa, na ocasião, em declarações a uma rádio e de que reproduzo o sentido que captei: o presidente do ACP afirma (ou suspeita) que as forças policiais fazem vigilância onde têm mais certezas de cobrar multas, descurando locais onde a prevenção da sinistralidade seria mais necessária.
Eis como uma expressão infeliz - "caça à multa" - seguida de pedido de desculpas pode converter-se num palpitante desafio à investigação jornalística do DN: há ou não caça à multa?
BTBRAVO- 2º COMANDANTE
- PAÍS :
MENSAGENS : 6247
LOCALIZAÇÃO : Lisboa
EMPREGO : BRIGADA DE TRÂNSITO
INSCRIÇÃO : 05/02/2009
"Caça à multa" é termo pouco feliz mas dá que pensar :: Comentários
Re: "Caça à multa" é termo pouco feliz mas dá que pensar
Tenho uma ideia para terminar com esta questão, durante um mês deixa-se de aplicar as normas do CE e leg. complementar, os condutores podem circular da forma que entenderem sem serem responsabilizados, e no fim faz-se a estatistica.
Ainda gostava de ver o resultado
Ainda gostava de ver o resultado
Só é caçado quem anda em infracção é certo, também não vou comentar como são detectadas a maior parte das infracções, mas este titulo é a imagem que os proprios comandos conseguiram incutir ao cidadão do refelxo de uma fiscalização errada.
tou de acordo com o pittbull.... mas nesse mês não eu não ia para a rua de maneira nenhuma.... rsss .... como isto anda, era melhor ibernar durante esse tempo....
Preto no branco, 90% das multas que hoje em dia são elaboradas unica e simplesmente são de radar para camuflar as quebras na rstante legislação.
Domingo dia 15-01-2012, a patrulha das ocorrencias no meu posto de trânsito, com duas auto - estradas da sua responsabilidade, foi desviada 30 Km para ir operar com o radar, fizeram-se 15 multas de excesso de velocidade, velocidade essa de 79 Km/h, isto é que? é prevenção ? É sim uma pouca vergonha. Depois houve uma ocorrencia nessa auto - esrrada e a patrulha estava a 70Km do local.
Se não há caça à multa expliquem-me o que isto é;
Estar a 50 metros de um supermercado numa rua secundária e autuar todos os condutores que daí saem, mesmo que os mesmos estejam a puxar pelo cinto de segurança!
O que é isto?
Para alguns isto é prevenção RODOVIÁRIA.!...
Volta BT; com aquela mentalidade que nos transmitiste na COSTA DA CAPARICA.
Estar a 50 metros de um supermercado numa rua secundária e autuar todos os condutores que daí saem, mesmo que os mesmos estejam a puxar pelo cinto de segurança!
O que é isto?
Para alguns isto é prevenção RODOVIÁRIA.!...
Volta BT; com aquela mentalidade que nos transmitiste na COSTA DA CAPARICA.
Efectivamente há caça á multa, pois todos sabemos que as patrulhas pagas pela Brisa AE, são diáriamente desviadas dos seus giros para operarem com o radar, mais, os veículos das AEs fazem piscinas na interseção de veículos, saí mais barato á GNR. Os radares são colocados em locais onde não há perigo mas que se obtem as multinhas a 76 Km/h (que loucura de velocidade), para engordar os numeros os tão necessitados numeros, e isto tudo em nome da seguraça rodoviária.
Os radares raramente são colocados em locais onde reamente há perigo porque não são tão produtivos. A prioridade é realmente os numeros.
Assim não se respeitam as vitimas e seus familiares, dos acidentes que todos os dias se dão e alguns por falta de vigilância da patrulha, pois a mesma tem de fazer numeros.
Os radares raramente são colocados em locais onde reamente há perigo porque não são tão produtivos. A prioridade é realmente os numeros.
Assim não se respeitam as vitimas e seus familiares, dos acidentes que todos os dias se dão e alguns por falta de vigilância da patrulha, pois a mesma tem de fazer numeros.
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