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"Não falimos por um milagre” Jornal O 'Sol'
Página 1 de 1
27112009
"Não falimos por um milagre” Jornal O 'Sol'
"Não falimos por um milagre”
José António Saraiva, director do semanário ‘Sol’, revela ao CM que o Governo o pressionou para não publicar notícias do Freeport e que depois passou aos investidores.
Correio da Manhã – O ‘Sol’ foi coagido pelo Governo para não publicar notícias do Freeport?
José António Saraiva – Recebemos dois telefonemas, por parte de pessoas próximas do primeiro-ministro, dizendo que se não publicássemos notícias sobre o Freeport os nossos problemas se resolviam.
– Que problemas?
– Estávamos em ruptura de tesouraria, e o BCP, que era nosso sócio, já tinha dito que não metia lá mais um tostão. Estávamos em risco de não pagar ordenados. Mas dissemos que não, e publicámos as notícias do Freeport. Efectivamente uma linha de crédito que tínhamos no BCP foi interrompida.
– Depois houve mais alguma pressão política?
– Sim. Entretanto tivemos propostas de investimentos angolanos, e quando tentámos que tudo se resolvesse, o BCP levantou problemas.
– Travou o negócio?
– Quando os angolanos fizeram uma proposta, dificultaram. Inclusive perguntaram o que é que nós quatro – eu, José António Lima, Mário Ramirez e Vítor Rainho – queríamos pa-ra deixar a direcção. E é quando a nossa advogada, Paula Teixeira da Cruz, ameaça fazer uma queixa à CMVM, porque achava que já havia uma pressão por parte do banco que era totalmente ilegítima.
– E as pressões acabaram?
– Não. Aí eles passaram a fazer pressão ao outro sócio, que era o José Paulo Fernandes. E ainda ao Joaquim Coimbra. Não falimos por um milagre. E, finalmente, quando os angolanos fizeram uma proposta irrecusável e encostaram o BCP à parede, eles desistiram.
– Foi um processo longo...
– Foi um processo que se prolongou por três ou quatro meses. O BCP, quase ironicamente, perguntava: "Então como é que tiveram dinheiro para pagar os salários?" Eles quase que tinham vontade que entrássemos em ruptura financeira. Na altura quem tinha o dossiê do ‘Sol’ era o Armando Vara, e nós tínhamos a noção de que ele estava em contacto com o primeiro-ministro. Portanto, eram ordens directas.
– Do primeiro-ministro?
– Não temos dúvida. Aliás, neste processo ‘Face Oculta’ deve haver conversas entre alguns dos nossos sócios, designadamente entre Joaquim Coimbra e Armando Vara.
– Houve então uma tentativa de ataque à liberdade de imprensa?
– Houve uma tentativa óbvia de estrangulamento financeiro. Repare--se que a Controlinveste tem uma grande dívida do BCP, e portanto aí o controlo é fácil. À TVI sabemos o que aconteceu e ao ‘Diário Económico’ quando foi comprado pela Ongoing – houve uma mudança de orientação. Há de facto uma estratégia do Governo no sentido de condicionar a informação. Já não é especulação, é puramente objectiva. E no processo ‘Face Oculta’, tanto quanto sabemos, as conversas entre o engº Sócrates e Vara são bastante elucidativas sobre disso.
– Os partidos já reagiram e a ERC vai ter de se pronunciar. Qual é a sua posição?
– Estou disponível para colaborar.
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=052E9153-4DED-4A04-82F1-1325F060A529&channelid=00000009-0000-0000-0000-000000000009
José António Saraiva, director do semanário ‘Sol’, revela ao CM que o Governo o pressionou para não publicar notícias do Freeport e que depois passou aos investidores.
Correio da Manhã – O ‘Sol’ foi coagido pelo Governo para não publicar notícias do Freeport?
José António Saraiva – Recebemos dois telefonemas, por parte de pessoas próximas do primeiro-ministro, dizendo que se não publicássemos notícias sobre o Freeport os nossos problemas se resolviam.
– Que problemas?
– Estávamos em ruptura de tesouraria, e o BCP, que era nosso sócio, já tinha dito que não metia lá mais um tostão. Estávamos em risco de não pagar ordenados. Mas dissemos que não, e publicámos as notícias do Freeport. Efectivamente uma linha de crédito que tínhamos no BCP foi interrompida.
– Depois houve mais alguma pressão política?
– Sim. Entretanto tivemos propostas de investimentos angolanos, e quando tentámos que tudo se resolvesse, o BCP levantou problemas.
– Travou o negócio?
– Quando os angolanos fizeram uma proposta, dificultaram. Inclusive perguntaram o que é que nós quatro – eu, José António Lima, Mário Ramirez e Vítor Rainho – queríamos pa-ra deixar a direcção. E é quando a nossa advogada, Paula Teixeira da Cruz, ameaça fazer uma queixa à CMVM, porque achava que já havia uma pressão por parte do banco que era totalmente ilegítima.
– E as pressões acabaram?
– Não. Aí eles passaram a fazer pressão ao outro sócio, que era o José Paulo Fernandes. E ainda ao Joaquim Coimbra. Não falimos por um milagre. E, finalmente, quando os angolanos fizeram uma proposta irrecusável e encostaram o BCP à parede, eles desistiram.
– Foi um processo longo...
– Foi um processo que se prolongou por três ou quatro meses. O BCP, quase ironicamente, perguntava: "Então como é que tiveram dinheiro para pagar os salários?" Eles quase que tinham vontade que entrássemos em ruptura financeira. Na altura quem tinha o dossiê do ‘Sol’ era o Armando Vara, e nós tínhamos a noção de que ele estava em contacto com o primeiro-ministro. Portanto, eram ordens directas.
– Do primeiro-ministro?
– Não temos dúvida. Aliás, neste processo ‘Face Oculta’ deve haver conversas entre alguns dos nossos sócios, designadamente entre Joaquim Coimbra e Armando Vara.
– Houve então uma tentativa de ataque à liberdade de imprensa?
– Houve uma tentativa óbvia de estrangulamento financeiro. Repare--se que a Controlinveste tem uma grande dívida do BCP, e portanto aí o controlo é fácil. À TVI sabemos o que aconteceu e ao ‘Diário Económico’ quando foi comprado pela Ongoing – houve uma mudança de orientação. Há de facto uma estratégia do Governo no sentido de condicionar a informação. Já não é especulação, é puramente objectiva. E no processo ‘Face Oculta’, tanto quanto sabemos, as conversas entre o engº Sócrates e Vara são bastante elucidativas sobre disso.
– Os partidos já reagiram e a ERC vai ter de se pronunciar. Qual é a sua posição?
– Estou disponível para colaborar.
Teresa Oliveira
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=052E9153-4DED-4A04-82F1-1325F060A529&channelid=00000009-0000-0000-0000-000000000009
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INSCRIÇÃO : 21/04/2009
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"Não falimos por um milagre” Jornal O 'Sol' :: Comentários
Sex 27 Nov 2009 - 20:23 por Brigadeiro até morrer
Ainda dizem que estamos num País demogrático.
Gostava de saber o que é afinal ditadura.
Enfim.......
Gostava de saber o que é afinal ditadura.
Enfim.......
Sáb 28 Nov 2009 - 3:18 por Focabébé
Estamos no meio da podridão...
a começar pelos governantes e descendo por aí abaixo até a determinados oficiais da guarda...
Só me apetece é ganir...!!!
a começar pelos governantes e descendo por aí abaixo até a determinados oficiais da guarda...
Só me apetece é ganir...!!!
Sáb 28 Nov 2009 - 3:36 por Convidad
SALAZAR ao pe destes politicos de hoje era um anjinho!
Sáb 28 Nov 2009 - 4:29 por Gambuzino
Ainda dizem que estamos num país livre de expressão, quando os meios de comunicação social são atrofiados pela escumalha que o povo elegeu para nos representar.
Os portugueses têm o que merecem em os ter eleito de novo, mas eu não votei neles e tb estou a sofrer por isso.
Queremos informção livre e isente... sem manipulações.
Os portugueses têm o que merecem em os ter eleito de novo, mas eu não votei neles e tb estou a sofrer por isso.
Queremos informção livre e isente... sem manipulações.
Sáb 28 Nov 2009 - 5:48 por Freddy Krueger
País podre em que vivemos...
Sáb 28 Nov 2009 - 8:07 por Gaiolas
E depois querem ser respeitados como representantes do povo português.
É preciso ter lata.
Para os militares da GNR já não é novidade, pois estamos habituados a viver na ditadura.
É preciso ter lata.
Para os militares da GNR já não é novidade, pois estamos habituados a viver na ditadura.
Dom 29 Nov 2009 - 17:14 por NAODESISTO
CAMARADAS, o que me admira é os Portugureses ainda votarem nesse ditador, deve ser algum instinto masoquista, ou então devem estar à espera que lhes toque algumas migalhas.
O que ralmente impporta nesta notícia é o tamanho dos tomates de José António Saraiva director do Semanário O SOL.
É DE LOUVAR
OS MEUS PARABENS, PORTUGAL AINDA TEM HOMENS
O que ralmente impporta nesta notícia é o tamanho dos tomates de José António Saraiva director do Semanário O SOL.
É DE LOUVAR
OS MEUS PARABENS, PORTUGAL AINDA TEM HOMENS
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