Área ardida em Portugal até Setembro foi 67,5% menor do que em 2010






Bragança, Guarda, Braga, Viseu e Vila Real contaram com 66 por cento da área ardida


Nos primeiros nove meses do ano foram consumidos 41.964 hectares de floresta em Portugal devido aos incêndios, menos 67,5 por cento do que a área ardida durante o mesmo período de tempo em 2010, segundo dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional (AFN).

O relatório provisório de incêndios florestais da AFN indica que entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro arderam 41.965 hectares de florestas, menos 87.397 hectares do que no mesmo período do ano passado, quando a área ardida se situava nos 129.362.

A AFN adianta que durante estes meses foram afectados 11.937 hectares de povoamentos florestais e 30.028 de matos. Também as ocorrências de fogo diminuíram este ano, tendo-se registado 17.743, menos 2.661 do que no mesmo período do ano passado, quando se verificaram 20.404 ocorrências de incêndio.

O relatório refere que o número contabilizado de ocorrências e área ardida em 2011 é “inferior aos valores de oito dos últimos 10 anos”, com excepção de 2007 e 2008.

Os dados provisórios indicam também que o maior número de ocorrências se registou no distrito do Porto, sendo que das 4.732 ocorrências verificadas 90 por cento correspondem a fogachos, afectando áreas inferiores a um hectare.

Os distritos de Braga, Aveiro, Viana do Castelo, Viseu e Vila Real apresentam também um número elevado de ocorrências superior ao milhar. Segundo o documento, o distrito de Vila Real é aquele que regista um número mais elevado de incêndios florestais (488).

Segundo a AFN, 66 por cento da área ardida até 30 de Setembro foi contabilizada nos distritos de Bragança, Guarda, Braga, Viseu e Vila Real com áreas superiores a 4.500 hectares.

O relatório concluiu igualmente que 65 por cento das ocorrências se concentraram entre Julho e Setembro, meses com cerca de 84 por cento do total da área ardida.

Julho é o mês que regista, até à data, o maior número de ocorrências (4.367), enquanto o mês de Agosto concentra a maior área ardida (16.110).

A AFN indica também que os meses de Janeiro, Fevereiro e Abril apresentam valores superiores às médias mensais.

A maior parte da área ardida é em matos, até à data.

Os dados provisórios referem ainda que até 30 de Setembro se registaram 64 grandes incêndios (área total afectada igual ou superior a 100 hectares), correspondendo a 50 por cento do total da área ardida.

A época mais crítica em incêndios florestais, conhecida pela “Fase Charlie”, terminou a 30 de Setembro. Mas na terça-feira, o Ministério da Administração Interna reforçou o dispositivo de combate a incêndios florestais com 360 bombeiros em 14 distritos e quatro helicópteros ligeiros devido às condições meteorológicas e ao aumento significativo do risco de incêndio.

Desde 01 de Outubro, quando entrou em vigor a fase “Delta”, que já deflagraram 1.318 incêndios, uma média de 263 fogos por dia, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil.


http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1515305